Thursday 8 February 2007

O argumento espúrio

Acabei de encontrar esta coisa em:

http://www.euvotosim.org/argumentos-do-nao

“A necessidade da autorização do pai
Alguns defensores do Não argumentam que a autorização do pai do embrião deveria ser necessária para a realização de um aborto. Este argumento esbarra na incapacidade prática de se saber quem é esse pai
antes das 11 a 13 semanas de gravidez. Após este prazo, existem testes, mas que que implicam riscos de malformação fetal. Por isso, até às 10 semanas, apenas a mulher sabe com quem teve relações sexuais e quem poderá ser o pai do embrião, mas ela pode não o querer confessar. Mesmo que a mulher afirme que o pai é um determinado homem, e mesmo que esse homem confirme, não há forma de se saber, antes da realização do aborto, se eles estão a falar verdade. É espúrio condicionar legalmente a realização do aborto ao assentimento de um qualquer homem, quando não se sabe se, de facto, esse homem é mesmo o pai do embrião a abortar.”
(negrito meu)

Para estas pessoas, a ÚNICA refutação do argumento de que o pai aparente possa ter o direito de ter algum voto na matéria, é... porque não se pode provar que ele é realmente o dador de esperma. Já não vamos ao extremo despautério de dar ouvidos ao homem que acredita ser o responsável por aquela gravidez. Agora, mesmo que a mulher diga que não senhor, que tem a certeza que só podia ter sido aquele, despacha-se o caso com: “Mas nenhum de vocês o pode provar -ou pode? Pois aí tens, que é bem feita! Tu, dador de esperma ambulante, vai mas é lá pá a casota do jardim que está a precisar de pintura e vê lá se não te metes em assuntos de mulheres! E tu, amiga, companheira, mulher, a decisão é só tua. Não penses nele e nos seus disparates de homem, que tu pertences a uma grande irmandade de amazonas e não tens nada que andar para aí a dizer de que te lembras com quem foste para a cama. Se tu decidires ter a criança, então a gente já lhe pode fazer um teste de ADN que não custa nada e então sim, pedimos contas ao malandro, ‘tás a ouvir?”

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